quarta-feira, 17 de setembro de 2014

54 Missões Jesuítas na América do Sul

Este post ira mostrar um pouco da pesquisa e visita dos três sítios de Missões Jesuítas que conheci.

1 – Santíssima Trindade do Paraná no Paraguai – fundado em 1706

2 – San Ignácio Mini na Argentina – fundado em 1632

3 – São Miguel Arcanjo na cidade de São Miguel das Missões – RS – fundado em 1687

As Reduções possuíam uma estrutura básica, adotando regras do urbanismo espanhol.

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1 – Igreja

2 – Cemitério

3 – Cotiguaçu – local onde vivam as mulheres sozinhas e os órfãos.

4 – Colégio

5 – Oficinas

6 – Quinta dos Padres

7 – A praça

8 – Casa dos índios

9 – Cabildo – a sede da administração realizada pelo conselho de caciques.

Praticamente todas as missões adotavam este principio de construção. Algumas com áreas maiores outras um pouco menores.

1 – Santíssima Trindade do Paraná

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Fundada em 1706 (depois de seguidas mudanças de local), Trinidad impressiona pela imponência de sua igreja, com 86 metros de largura, 45 de comprimento, e estrutura dividida em três naves, seguindo o padrão dos templos mais luxuosos da época.

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No interior da igreja, hoje a céu aberto, pode-se visitar os túmulos dos caciques e jesuítas que ali passaram seus últimos dias. Na antiga sacristia, estão guardadas as peças recolhidas durante as escavações arqueológicas, uma delas, reconstruída a partir de 1,5 mil pedaços.

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Outras construções que chamam a atenção são as singelas habitações indígenas, construídas em pavilhões com varandas cobertas, dispostas de forma padrão ao redor da Praça Maior, centro da vida social, religiosa e econômica das Missões Jesuíticas.

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A Santíssima Trinidad tem uma área de edificações com 117 hectares, uma das últimas reduções a ser construída no atual Paraguai, com índios oriundos da redução de San Carlos, na Província do Tape, atual Rio Grande do Sul.

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Os índios somente começaram a deixar a área no início do século XIX e, mesmo assim, não para muito longe. Em Colonio Pastoreo, a cerca de 70 quilômetros de Trinidad, ainda se encontram famílias de descendentes dos guaranis missioneiros.

2 – San Ignácio Mini

A redução jesuítica San Ignácio Mini foi fundada originalmente em 1610, próximo ao rio Paranapanema, no Norte do Paraná, divisa com São Paulo, onde atualmente está a cidade de Santo Inácio. Vinte e um anos depois, em razão dos ataques dos bandeirantes paulistas, foi deslocada, juntamente com a redução de Nuestra Señora de Loreto, para território da atual Argentina, sendo construída em 1632 às margens do rio Yaveviri, um afluente do Paraná, mas, como o lugar não era bom, foi levada, entre 1695 e 1696, para o local onde atualmente estão as ruínas.

Maquete de San Ignácio Mini

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A atração principal de San Ignácio Mini, a exemplo de todos os demais lugares, também é a igreja, construída em estilo romano por dois arquitetos italianos, com 24 metros de largura, 74 de comprimento e uma altura de 11 metros. No altar maior da igreja estão enterrados 17 jesuítas, entre os quais dois dos fundadores: José Cataldino e Simão Maseta. As janelas que se observam na igreja tinham vidro, que era produzido na própria redução, nas cores verde e branco, dos quais ainda podem ser vistos alguns pedaços no museu mantido na entrada da redução.

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3 – São Miguel Arcanjo

Estas informações foram coletadas na pagina:

http://www.saomiguel-rs.com.br/Prefeitura/Municipio.aspx?ID=1

HISTÓRIA DE SÃO MIGUEL DAS MISSÕES

O antigo povo de São Miguel, localizado em São Miguel das Missões sobressai com o mais importante remanescente da civilização jesuítico guarani dos Sete Povos das Missões, localizados na Região Noroeste do Estado, constituindo um dos conjuntos de arqueologia histórica mais importantes situados em terras brasileiras. Estas evidências materiais da singular civilização resultante do convívio do jesuíta europeu com o indígena provêm do início do século XVII, época da fundação dos sete Povos e, especificamente, da criação do povo de São Miguel. Sua instalação definitiva só se dá, no entanto, em 1697, já que, devido aos ataques dos bandeirantes, esta redução teve que ser transferida para a outra margem do Rio Uruguai, só se efetivando sua instalação no sítio atual quando cessaram as investidas paulistas. Nesta época inicia-se um período de grande desenvolvimento e num processo de transculturação os índios guarani vão gradualmente absorvendo a cultura européia, transformando-se em hábeis artífices, metalúrgicos, tipógrafos, escultores, pintores, músicos. Ceramistas, canteiros e fabricantes de instrumentos musicais.

Como os objetivos primordiais da Companhia de Jesus eram a doutrina e a catequese, a vida comunitária no povo de São Miguel se desenvolvia em torno deste primado.

A base da economia era os produtos da terra, concentrando-se preponderantemente na alimentação. Era privilegiada a produção doméstica familiar, num sistema misto de propriedades comunitárias e privadas. Neste período foram introduzidas as culturas da erva-mate, do milho, do algodão e outras, além da pecuária.

No que diz respeito ao sistema de organização política, a história missioneira gerou múltiplas análises. A dominação que os jesuítas espanhóis exerceram sobre os índios, em sua maioria guarani, foi resultado de administração mista que mantinha a legitimidade dos caciques e introduzia paralelamente a força da igreja. Esta dominação sem o uso da escravatura, fenômeno raro na história, deve-se em grande parte ao convívio e observação da vida indígena e o aprendizado de uma civilização dentro dos parâmetros europeus eram plena floresta subtropical, com índios egressos da pré-história.

Este processo foi detido quando da expulsão dos jesuítas em 1768, passando os Povos das Missões a serem governados pela administração colonial espanhola e a partir de 1801, pela administração portuguesa. O povo de São Miguel, que em 1694 contava 4492 habitantes, em 1801 com 1900 habitantes, chegou a 1822 com apenas 600 indígenas.

O processo de decadência ocorreu em função dos tratados que entre si vinham estabelecendo entre Portugal e Espanha: em 1750 o Tratado de Madri troca a Colônia de Sacramento (hoje Uruguai), pelo território dos Sete Povos das Missões, sendo os índios obrigados a abandonar suas terras. O apego ao torrão natal expresso pelo herói mítico Sepé Tiarajú explica a eclosão das guerras guaraníricas (1754 – 1756), quando os índios afinal derrotados, antes de abandonarem a redução, ateiam fogo às suas residências e ao Colégio. O Tratado de Madri é anulado pelo Tratado de El Pardo em 1761, que permite aos índios retornarem às suas terras até a definitiva expulsão dos jesuítas dos domínios espanhóis, decretada por Carlos III, rei da Espanha. Finalmente a Guerra Cisplatina, em 1828, destrói o que ainda resta da civilização missioneira, quando D. Fructuoso Rivera incorpora a seu exército todos os homens que encontra nas Missões.

Esse período é suficiente, no entanto, para que floresça uma cultura diferenciada na Bacia do Prata, cujos remanescentes reportam ainda hoje em sua materialidade um alto grau de desenvolvimento, não só na organização econômica, política e social, mas também nas áreas de arquitetura e das artes.

A riqueza deste passado, refletido na monumentalidade das Ruínas da Igreja de São Miguel – que vêm sendo consolidadas pela SPHAN (hoje IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1937 e que em 1983 foram declaradas pela UNESCO como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade – é hoje um monumento que atrai turistas de vários pontos do Brasil e do Mundo, que já encontram na cidade e região circunvizinha infraestrutura turística de acolhimento.

A vila de São Miguel surgiu em 1926, quando foi efetuado um loteamento urbano em torno dos remanescentes do antigo povo jesuítico-guarani.

Em 29 de abril de 1988, a vila de São Miguel emancipou-se de Santo Ângelo, tornando-se um município responsável, portanto, pela estruturação de condições administrativas e fiscais para seu desenvolvimento urbano e rural.

Principais Pontos Turísticos:

Museu das Missões

A estatuária missioneira, acervo do Museu das Missões, projetado por Lúcio Costa, também reflete a riqueza cultural da civilização que se desenvolveu na região. Inspirado nas habitações dos missioneiros, com avarandado coberto com telhas de barro, o Museu hoje é um marco que contém a mais rica coleção pública de imagens de rara beleza, recolhida por João Hugo Machado em 1939 e 1940. São cerca de 100 imagens, de tamanhos que vão de 15 cm a 2,20 m.

Espetáculo de Som e Luz

A História dos Sete Povos também é contada através do Espetáculo de Som e Luz, criado em 1978, que é apresentado ao anoitecer, no Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo. Atração da cidade, foi restaurado em novembro de 2000, e provavelmente receberá outra restauração prevista para este ano ou o próximo, o espetáculo narra em 48 minutos o nascimento, o desenvolvimento e o fim da civilização criada, no Rio Grande do Sul, por jesuítas e índios. As vozes que contam a história são os atores Paulo Gracindo, Lima Duarte, Armando Bógus, Fernanda Montenegro, Maria Fernanda, Juca de Oliveira e Rolando Boldrin.

Os horários de apresentação são os seguintes: janeiro/fevereiro: 21:30 horas, março/abril: 20 horas, maio/junho/julho: 19:30 horas, agosto/setembro/outubro: 20 horas, novembro/dezembro: 21 horas. O valor do ingresso no espetáculo é de R$5,00 e R$2,50 para estudantes e idosos.

Ruínas de São Miguel

As Ruínas de São Miguel, assim como as outras, com suas lendas e mitos, possuía duas grandes arcadas, e cinco altares com imagens de santos, caracterizavam o interior da igreja. Pela tradição das igrejas missioneiras, a de São Miguel deveria possuir rica e colorida ornamentação interna, formada por pinturas e esculturas com motivos sacros. A cobertura era de telhas de barro sustentadas por vigas de madeira e, na frente, foi acrescentado um pórtico com arcada e colunas que exibiam estátuas dos doze apóstolos.

A torre ostentava um galo de estanho dourado. O projeto da Igreja deve-se ao arquiteto italiano Gian Batista Primoli, que mostrou, ao projetá-la, muita familiaridade com o que havia de mais recente na arquitetura européia da é

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