quarta-feira, 17 de setembro de 2014

48 Viagem a Chapada Diamantina (Parte 3)


Mucugê
Nesta linda cidade foram descobertos os primeiros diamantes da Chapada Diamantina, em 1844, o que explica o seu conjunto arquitetônico neoclássico e neogótico tombado como Patrimônio Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Rodeado de montanhas e construída no meio da Serra do Sincorá, Mucugê possui temperatura média de 19º C. Um de seus destaques está no Parque Municipal de Mucugê, que abriga o bem-sucedido Projeto Sempre-Viva de educação e preservação ambiental, e o Museu Vivo do Garimpo. Privilegiado, 52% do município é coberto pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, dando acesso a importantes trilhas, como a do Vale do Pati.









Em Mucugê, também se encontra o Cemitério de Santa Izabel, em estilo bizantino, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Dia – 07/08/2011, fomos para Ibicoara, no extremo sul do Parque Nacional, com finalidade de conhecer um dos atrativos que mais impressionam, a Cachoeira do Buracão, com 80 metros de queda livre em forma circular num cânion sinuoso. O passeio oferece um belo visual da cachoeira por cima e, por baixo. A água que corre por entre o paredão de pedras deságua em um poço enorme que proporciona um banho com gosto de aventura. O passeio é feito inicialmente de carro até o município de Ibicoara, e mais 6 km de trilha (ida e volta), bastante tranquila, beirando o rio Espalhado. De Mucugê até Ibicoara são 80 km de asfalto, mais 30 km em estrada de terra, parte em uma fazenda e parte no Parque Natural Municipal do Espalhado e 3 km de trilha. Para chegar no poço temos uma descida de aproximadamente 80 m. pela encosta do paredão.











Subindo pela trilha na encosta do paredão.


Na foto a seguir, pode-se ver o Recanto Verde, onde tem o chamado “o rio vertical” que realidade é uma cachoeira onde a água que percorre por entre as pedras por baixo da terra, brota na encosta do paredão.




No paredão do poço pode-se observar varias arvores cujas raízes vão buscar água da corredeira.







Ibicoara
A Cachoeira do Buracão abriu os caminhos do turismo para o município de Ibicoara, no sudoeste da Chapada Diamantina, a 1.700m de altitude, em um clima típico do semi-árido. Os canyons sinuosos atraem adeptos que encontram nesse destino diversas opções para a prática de rapel, cascading, escalada e trekking de forma isolada ou em conjunto, no canyoning – uma das modalidades mais emocionantes do turismo de aventura que consiste na descida esportiva de canyons e rios encachoeirados, transpondo desníveis com a utilização de equipamentos apropriados e técnicas diversas.
O Parque Natural Municipal do Espalhado se destaca entre os atrativos naturais do município com diversos saltos, canyons e cachoeiras. É uma unidade de conservação com uma área de 611 ha, a 30 km da sede do município. Sua principal atração é a cachoeira do Buracão, considerada uma das mais bonitas de toda a Chapada Diamantina, formada pelo rio Espalhado, com cerca de 85m de altura. A trilha oferece uma paisagem deslumbrante com remanescentes de mata e vegetação rupestre em trechos da serra do Sincorá.
A trilha margeia o rio Espalhado, as cachoeiras do Recanto das Orquídeas, do Recanto Verde, travessia do canyon até o poço do Buracão.


Retornando do passeio pernoitamos em Mucugê para no dia seguinte retornar a Porto Seguro.
A seguir algumas informações do Guia da Chapada Diamantina. 
O Parque Nacional da Chapada Diamantina é guardião de muitas riquezas naturais, ocupando cerca de 152 mil hectares, um dos maiores Parques de Preservação do país.
Em 1985, através do Decreto Nacional n˚. 91.655, foi criado o Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) para a preservação das belezas cênicas do local. Porém, o grande objetivo da manutenção do parque está na preservação das suas nascentes e de um banco genético importantíssimo para a pesquisa científica e para a conservação da biodiversidade. De acordo com o coordenador da unidade de conservação, Christian Liel Briilintk, foram catalogadas no Parque 200 espécies vegetais endêmicas e 50 animais.   Atualmente o PNCD é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação Ambiental, uma autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente, que trabalha exclusivamente em prol das áreas de preservação e possui duas linhas básicas de atuação: a fiscalização e a pesquisa.
Porém, a conscientização da população também tem sido uma das frentes de trabalho realizadas em parceria com os movimentos ambientalistas. Nos últimos anos, a sociedade civil tem se organizado significantemente para a proteção do lugar. Um dos exemplos está no GAP (Grupo Ambientalista de Palmeiras) e no GAL (Grupo Ambientalista de Lençóis). Além do apoio dado pelas 14 brigadas voluntárias e pelas ACVs (Associações de Condutores de Visitantes) espalhadas pelos municípios ao redor do parque. Junto a órgãos públicos como o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), uma das ações do instituto tem sido a regularização fundiária. Fazendeiros e até comunidades tradicionais estão desapropriando o local, de forma pacífica, para contribuir com a sua preservação.
Trabalho coletivo
Cuidar de um paraíso do tamanho do Parque Nacional da Chapada Diamantina não é tarefa fácil. Além do mais, é tarefa de todos nós. Os órgãos e entidades ligados à preservação da área tem lançado campanhas de conscientização para que a comunidade e o turista também tenham esse compromisso. Qualquer pessoa que testemunhar algum incêndio ou irregularidade no PNCD e em seus arredores deve denuncia
Fauna e Flora
A vegetação predominante da Chapada é conhecida como campo rupestre, que em geral é mais rasteira, porém é considerada um dos ecossistemas mais ricos do mundo, comparável à Mata Atlântica e à região do Cabo na África do Sul. Nele é possível encontrar mais de 100 tipos de orquídeas, inúmeras bromélias, cactos, begônias, trepadeiras e sempre-vivas, que podem ser apreciadas de abril a agosto. A variedade de animais também é imensa, principalmente as aves, que são mais de 250 espécies.
O beija-flor-gravatinha-vermelha é endêmico na Chapada Diamantina e habita áreas superiores a mil metros de altitude. Nas matas chapadenses também vivem o tamanduá bandeira, o macaco prego, a jaguatirica e muitos outros animais
Geologia
Há cerca de 1,8 bilhão de anos, aqui, onde hoje é sertão, já foi banhado pelas águas do mar. A Chapada foi coberta pelo oceano até que um choque de placas tectônicas criasse as profundas fendas e depressões que compõem atualmente a geologia da região. Assim, iniciou-se a formação das serras sedimentares, através da ação dos ventos, rios e mares, que juntaram pedacinhos de diversas pedras e desenharam as paisagens locais, criando a Bacia do Espinhaço, com elevações de formatos bem diversificados. A região está dividida geograficamente entre várias serras, como a Serra de Rio de Contas, do Bastião, da Mangabeira, das Almas e do Sincorá. Elas são as divisoras de água entre a bacia do Rio São Francisco, Rio de Contas e o Paraguassu, que deságuam no Oceano Atlântico
Águas
Aqui é o berço de 50% dos rios que banham o Estado da Bahia, tendo como o seu principal o Rio Paraguassu, fundamental para a vida no semiárido baiano. E como não poderia deixar de ser, as águas da chapada também são inusitadas. É possível nadar em águas muito escuras e em águas ultra transparentes. Porém, todas são limpas. Essas águas negras são como “um chá natural gigante”, compara o biólogo Roy Funch, um dos principais responsáveis pela criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina
Clima
Um dos quesitos mais agradáveis da Chapada Diamantina é o clima. Alguns municípios como Piatã, que possui o pico mais alto do nordeste brasileiro, e Morro do Chapéu, atingem temperaturas de até 10ºC no inverno. Os municípios de Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras recebem a maior parte das chuvas entre os meses de fevereiro a junho, e também possuem baixas temperaturas durante a noite. Porém, o protetor solar é indispensável, até nos dias nublados. Mesmo no inverno, o sol reina e as temperaturas são em torno de 25ºC a 30ºC.

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